Histórico do Município
Evolução político administrativa:
Na época do descobrimento do Brasil, a região onde está Araucária já era conhecida como Tindiqüera. Viajantes que aqui estiveram nos séculos XVI e XVII, bem como os mapas da época, localizavam as grandes aldeias indígenas, aparecendo entre estas a de Tindiqüera.
Em 1668, Gabriel de Lara, o Capitão Mor, doou uma sesmaria a Domingos Rodrigues da Cunha e seus filhos, na região de Tindiqüera.
No final do século XVII, eram proprietários de terras na região o Alferes Gaspar Carrasco dos Reis, Luiz da Cunha, Garcia Rodrigues Velho, o Capitão Manoel Ricam de Carvalho e o médico prático Pascoal Fernandes Leite, entre outros.
Os habitantes de Tindiqüera, bem como de todo o Paraná, viviam em extrema pobreza.
Em 1837, a capela de Nossa Senhora da Luz de Tindiqüera foi elevada a Capela Curada, um ano depois foram estabelecidas as primeiras divisas do bairro.
Gradativamente, a população foi transferindo-se para as margens do Rio Iguaçu e a sede do curato de Tindiqüera passou para o local em que estava a capela de “Nossa Senhora dos Remédios do Iguassú”.
Em 1868, a Freguezia do Iguassú foi desligada de Curitiba e anexada ao distrito de São José dos Pinhais, em 1888 voltou a ser administrada por Curitiba.
A partir de 1876 começou a corrente imigratória, principalmente por poloneses, seguidos por alemães, italianos e ucranianos, que notavelmente deram à região um surto de progresso. Na década de 1950 iniciou a imigração japonesa.
A criação do Município deve-se ao encaminhamento feito por Major Sezino Pereira de Souza (chefe político da região), redigido pelo médico Dr. Victor Ferreira do Amaral, de uma petição em forma de abaixo-assinado ao então Governador do Estado, o contra-almirante José Marques Guimarães, solicitando que a Freguezia do Iguassú fosse elevada a Vila e logo em seguida fosse criado o Município.
Assim, pelo Decreto Estadual nº 40, de 11 de fevereiro de 1890, foi criado o Município de Araucária, que teve seu primeiro nome sugerido pelo Dr. Victor Ferreira do Amaral.
O primeiro administrador de Araucária como intendente foi o Major Sezino Pereira de Souza.
A primeira eleição municipal realizou-se no dia 22 de setembro de 1892, sendo o prefeito eleito de Araucária, o Sr Manoel Gonçalves Ferreira.
Em 1911, foi criado o termo judiciário e, em 1919, o Município foi elevado à categoria de Comarca.
O distrito de Guajuvira foi criado em 1947. Araucária perdeu temporariamente sua categoria de Comarca, ficando subordinado a São José dos Pinhais por quatro meses. Em 1949, Araucária recuperou definitivamente sua categoria de Comarca.
Referência: - ARAUCÁRIA, Prefeitura Municipal. Agricultura e indústria: a memória do trabalho em Araucária, 1990.
Evolução Socioeconômica:
A região de Tindiqüera, mesmo não possuindo ouro, atraiu alguns interessados pela pequena região de campos incrustada e cercada por matas onde predominava a araucária e a imbúia. O trabalho consistia em cultivar a terra e criar gado em pequena escala, produzindo apenas o suficiente para o sustento das famílias. O isolamento em que viviam e a ausência do mercado consumidor impossibilitavam qualquer tipo de comércio.
Surgiu então na região de Tindiqüera, um pequeno porto para canoas, conhecido como Passo das Laranjeiras. A partir daí se ergueu o aglomerado de pessoas que forneciam a Vila de Araucária.
Tindiqüera era também passagem obrigatória entre Curitiba e Lapa. No final do século XVIII, a região produzia feijão, milho, fumo, toucinho, erva-mate e trigo.
Quanto à erva-mate, inicialmente, atendia apenas o consumo local. Mais tarde o produto passou a ser exportado. Araucária era ponto de parada para quem transportava erva-mate da Lapa para Curitiba.
Em 1866 a Freguezia do Iguassú contava com 2.565 habitantes, dos quais 125 eram escravos que trabalhavam na agricultura e nos engenhos de soque.
Os moradores de Araucária se dedicaram à exploração de erva-mate até a década de 1940, quando houve o declínio das exportações para a Argentina que se tornou autossuficiente. Este trabalho era uma atividade exclusivamente masculina.
A presença dos imigrantes estrangeiros, a partir de 1876, modificou a paisagem da região, com grande desenvolvimento da agricultura.
A exploração comercial da madeira iniciou-se na Freguezia do Iguassú a partir do século XIX, até a década de 1930, quando entra em crise pela devastação das reservas.
O crescimento econômico da região proporcionou a abertura de mercado para outras atividades geradoras de emprego para a população como olarias, cerâmicas, moinhos, fábricas de palhões, de massa de tomate, de caixas de madeira, de linho, de fósforo, de balas, de bolachas e torrefação de café.
Em 1972, com a instalação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas e em 1973 com a criação do CIAR (Centro Industrial de Araucária), ocorreu um crescimento bastante acentuado e uma inversão no quadro populacional, econômico e social do Município, no qual a população urbana passou a superar a rural com a vinda de um contingente populacional de vários pontos do país e a economia, que se baseava na agricultura e pecuária, passou a ser predominantemente industrial – urbana.
Referência: - ARAUCÁRIA, Prefeitura Municipal. Agricultura e indústria: a memória do trabalho em Araucária, 1990.
Símbolos:
Hino de Araucária:
Letra: Francisco Pereira da Silva
Música: Sebastião Lima
Ano: 1972
Araucária, Araucária,
És a terra mais linda que há,
Araucária, Araucária,
Cidade Símbolo do Paraná.
Vem de longe o teu nome pioneiro,
De um passado remoto e feliz,
Tens a fama do altivo pinheiro,
Foste chão dos briosos Tingüis.
Araucária, Araucária,
És a terra mais linda que há,
Araucária, Araucária,
Cidade Símbolo do Paraná.
Vem de longe romântica era,
A tua história tão plácida, enfim,
És aquela gentil Tindiqüera.
Para nós que te amamos, jardim.
Araucária, Araucária,
És a terra mais linda que há,
Araucária, Araucária,
Cidade Símbolo do Paraná.
Ainda ontem, num sonho fecundo,
Pura e simples, quando hoje ainda és.
Mas despertas pras lutas do mundo,
Sobre a argila que dorme aos teus pés.
Araucária, Araucária,
És a terra mais linda que há,
Araucária, Araucária,
Cidade Símbolo do Paraná.
Sim, despertas de um plácido sono,
Tua cultura tem viço e frescor,
Sob o braço do ativo colono,
Hoje cantas um hino ao labor.
Araucária, Araucária,
És a terra mais linda que há,
Araucária, Araucária,
Cidade Símbolo do Paraná.
Sim, despertas, valente operária,
Sempre moça e mais linda, só tu,
Que o progresso te chame, Araucária,
Nos murmúrios do manso Iguaçu.
Araucária, Araucária,
És a terra mais linda que há,
Araucária, Araucária,
Cidade Símbolo do Paraná.
Bandeira:
A confecção da Bandeira do Município obedecerá as seguintes normas: para cálculo das dimensões tomar-se-á por base a largura desejada, dividindo-se esta em 14 (quatorze) partes iguais. Cada uma das partes será considerada um módulo. O comprimento será de 20 (vinte) módulos.
O escudo sobreposto na faixa branca situar-se-á no centro da bandeira, obedecendo a uma margem superior.
São adotadas as cores oficiais representativas do Município: o branco, o verde e o azul. O branco é símbolo de paz, da ordem, da tranquilidade como comportamento da população já demonstrado no decorrer da história. O verde representa o símbolo do Município, a pujança da agricultura e fruticultura. O azul é a pureza dos sentimentos, elevação do homem para Deus, condições essenciais para o trabalho fecundo e também a marca do rio Iguaçu, denominador da paisagem urbana e rural da comunidade.
Brasão:
Ao centro um escudo português, dividido, por linhas, formando campos distintos.
Na parte inferior em azul, o Rio Iguaçu, em verde a mata nativa e em vermelho o nome do Município.
Na parte superior, sobre o azul, raios solares que se dirigem em busca de novos horizontes.
No alto o mural das antigas municipalidades, símbolos da cidade.
Ao lado esquerdo uma haste de trigo madura, um dos principais produtos agrícolas da região e ao lado direito, uma chaminé, simbolizando a indústria, trazendo-nos a esperança e o progresso.
Na parte inferior do Escudo encontra-se a data da criação do Município.